O Conselho Editorial da APSF fez uma retrospectiva dos 35 anos dos artigos do Boletim da APSF, antes da pandemia de COVID-19, e fez uma votação para determinar os 10 artigos mais influentes para serem destaques desta edição especial com o tema geral “Antes e Depois” |
Os editoriais da Edição de 35 Anos se baseiam nestes dez artigos originais
Nº 1 ASA Adopts Basic Monitoring Standards (ASA adota padrões de monitorização básica)
John H. Eichhorn, MD. Primavera (Hemisfério Norte) de 1987.
Editorial: Em 1986, os padrões de monitorização da ASA inauguraram uma nova era de cuidados de saúde e aprimoraram a segurança do paciente
John H. Eichhorn, MD
Nº 2 From the Literature: ECRI Review Explains, Warns of OR Fires Análise das publicações: a ECRI explica e alerta sobre incêndios na sala de cirurgia
Chester H. Lake, Jr., MD. Inverno (Hemisfério Norte) de 1991.
Editorial: Prevenção do incêndio cirúrgico: Uma análise
Charles Cowles MD; Chester Lake MD; Jan Ehrenwerth, MD
Nº 3 Induced Hypotension Tied to Possible Vision Impairments (Hipotensão induzida associada a possíveis danos à visão)
Ann S. Lofsky, MD; Mark Gorney, MD. Verão (Hemisfério Norte) de 1998.
Editorial: Perda visual pós-operatória (POVL)
Lorri A. Lee, MD
Nº 4 Special Issue: Production Pressure – Does the Pressure to Do More, Faster, with Less, Endanger Patients? Potential Risks to Patient Safety Examined by APSF Panel Possíveis riscos à segurança do paciente analisados pelo Painel da APSF
Robert C. Morell, MD; Richard C. Prielipp, MD. Primavera (Hemisfério Norte) de 2001.
Editorial: Pressão por produção entre os anestesiologistas
Richard C. Prielipp, MD, MBA, FCCM
Nº 5 Beach Chair Position May Decrease Cerebral Perfusion (Posição de cadeira de praia pode reduzir a perfusão cerebral)
David J. Cullen, MD; Robert R. Kirby, MD. Verão (Hemisfério Norte) de 2007.
Editorial: Por que se preocupar com a pressão sanguínea durante a cirurgia na posição de cadeira de praia?
David J. Cullen MD, MS
Nº 6 Managing Cardiovascular Implantable Electronic Devices (CIEDs) During Perioperative Care (Gerenciamento dos dispositivos eletrônicos cardiovasculares implantáveis durante os cuidados perioperatórios)
Jacques P. Neelankavil, MD; Annemarie Thompson, MD; Aman Mahajan, MD, PhD. Outono (Hemisfério Norte) de 2013.
Editorial: Mudança de ritmo: Atualização sobre o manejo perioperatório de dispositivos eletrônicos cardiovasculares implantáveis (CIEDs)
Jacques P Neelankavil, MD; Annemarie Thompson, MD; Aman Mahajan, MD, PhD, MBA
Nº 7 Monitoring of Neuromuscular Blockade: (Monitorização do bloqueio neuromuscular: o que você esperaria se fosse o paciente?)
Robert K. Stoelting, MD. Fevereiro de 2016.
Editorial: Bloqueio neuromuscular residual: Um problema constante de segurança do paciente
Glenn Murphy, MD
Nº 8 Parceria Nacional para a Segurança Materna: pacotes de intervenções para a segurança materna
Jennifer M. Banayan, MD; Barbara M. Scavone, MD. Outubro de 2016.
Editorial: Parceria Nacional para a Segurança Materna: pacotes de intervenções para a segurança materna
Jennifer M. Banayan, MD; Barbara M. Scavone, MD
Nº 9 The Effect of General Anesthesia on the Developing Brain: O efeito da anestesia geral no cérebro em desenvolvimento
Luke S. Janik, MD. Outubro de 2016.
Editorial: O efeito da anestesia geral no cérebro em desenvolvimento: É hora de amenizar a preocupação?
Luke S. Janik, MD
Nº 10 Perioperative Brain Health—It’s Not All Positive Attitude, Exercise, and Superfoods (A saúde do cérebro no perioperatório: nem tudo é atitude positiva, exercício e superalimentos)
Nirav Kamdar, MD, MPP; Lee A. Fleisher, MD; Daniel Cole, MD. Fevereiro de 2019.
Editorial: A segurança do cérebro: A próxima meta da nossa especialidade?
Nirav Kamdar, MD, MPP, MBA; Phillip E. Vlisides, MD; Daniel J. Cole, MD
Há dez anos, o Boletim da APSF comemorou 25 anos de existência com a edição “Prata” (https://www.apsf.org/wp-content/uploads/newsletters/2010/summer/pdf/APSF201010.pdf). Naquela edição comemorativa, John Eichhorn, MD, recordou a criação da APSF e discorreu sobre suas conquistas inovadoras na segurança do paciente. A edição também se concentrou nos futuros desafios e no comprometimento da APSF em criar e promover iniciativas de segurança para aprimorar o atendimento, a pesquisa, a qualificação, a conscientização e a troca nacional e internacional de informações.
Dez anos se passaram, e hoje comemoramos nossos 35 anos com a “Edição Jade”. A Jade é uma pedra apreciada no mundo inteiro e um símbolo moderno usado para representar aniversários de 35 anos. Ela também representa a recente expansão internacional do Boletim da APSF e seu alcance, que também serão discutidos.
Esperamos que essa edição especial leve à nossa base crescente de leitores nacionais e internacionais informações sobre a importância da segurança do paciente no perioperatório e sobre o papel da APSF no aprimoramento contínuo desse aspecto para nossos pacientes.
O Conselho Editorial da APSF fez uma retrospectiva dos 35 anos dos artigos do Boletim da APSF, antes da pandemia de COVID-19, e fez uma votação para determinar os 10 artigos mais influentes para serem destaques desta edição especial com o tema geral “Antes e Depois” Para inserir esses artigos no contexto adequado, editores anteriores e atuais ofereceram suas perspectivas sobre a importância e o papel do Boletim da APSF na gestão deles.
John H. Eichhorn, MD:
Editor-Fundador de 1985 a 2001
Quando a APSF foi criada no fim de 1985, a missão era “Nenhum paciente deve ser prejudicado pela anestesia”. Para cumprir essa missão naquele momento, era crucial a criação e a disseminação de um periódico que fosse a peça central de todas as atividades da APSF, ou seja, um caminho comum e integrado para a comunicação e a coordenação de pesquisas, treinamentos, iniciativas e debates. Com essa meta em mente, nasceu o Boletim da APSF.
Hoje pode ser difícil imaginar, mas em 1985 não havia internet, e-mail público, smartphone nem o mecanismo de pesquisa do Google. As revistas, os jornais e os periódicos impressos (esses últimos especificamente para os profissionais de saúde), eram as principais fontes de divulgação de informações e de influência nos comportamentos. O Boletim da APSF foi criado como um “miniperiódico” trimestral impresso, enviado para todos os anestesiologistas e profissionais relacionados nos EUA, além de alguns líderes em outros países. Ele era impresso em preto e branco, com destaques em verde que simbolizavam a cor dos tanques de oxigênio medicinal dos Estados Unidos, na esperança de estimular a familiaridade na comunidade de cuidados anestésicos.
Em 2010, a edição de 25 anos do Boletim da APSF (mencionada na capa) detalhou a sequência de coincidências fortuitas que levou à fundação da APSF, principalmente a paixão de Ellison C. (“Jeep”) Pierce, Jr., MD. Ele se tornou o primeiro presidente da APSF e me perguntou se eu poderia aplicar minha experiência anterior em jornalismo e edição à criação do Boletim da APSF.
Vale ressaltar que a APSF foi criada com o diferencial de ser uma organização multidisciplinar e inclusiva. A primeira diretoria contou com dois CEOs de grandes fabricantes de máquinas de anestesia. O lançamento do Boletim foi possível, em grande parte, devido ao primeiro Tesoureiro da APSF, o Sr. Burton S. Dole, CEO da Puritan-Bennett Corp na época. Além dos 33% de capital inicial para fundar a APSF, ele ofereceu os serviços da gráfica interna de sua empresa para realizar a tipografia, prova e impressão do Boletim da APSF.
A primeira edição do Boletim da APSF foi enviada por correio em março de 1986 para 45.000 destinatários (ASA, AANA, gerenciadores de riscos e apoiadores empresariais e internacionais). Além do artigo principal sobre a fundação da APSF, havia um artigo sobre o que era necessário para se garantir uma “monitorização intraoperatória mínima”, bem como um relatório sobre o início do Closed Claims Study (Estudo de Processos Julgados) da ASA. Outros artigos abrangeram a expansão do Confidential Enquiry into Perioperative Death (Estudo Confidencial sobre Óbitos Perioperatórios) na Inglaterra, dados estatísticos de parada cardíaca devido à anestesia em um hospital-escola e os perigos relativos da hipoxemia e hipercarbia. O primeiro Boletim teve uma ótima recepção e preparou o terreno para as edições posteriores. Mais adiante no primeiro ano, foram publicadas informações de um relatório do ECRI sobre “Mortes durante a Anestesia Geral”, a verificação do posicionamento correto do tubo endotraqueal, uma análise dos óbitos por anestesia na Austrália e um relatório sobre a redução dos processos sobre anestesia em uma grande seguradora. Também foi publicado um anúncio do primeiro protocolo de verificação de máquina de anestesia definido pela FDA e a reimpressão do importante artigo de Jeep Pierce, “Modificação dos Riscos na Anestesiologia”. Os padrões apareceram bastante nas primeiras edições, pois havia uma ampla discussão sobre a adoção de padrões para monitorização intraoperatória pela ASA em 1986 (consulte o artigo na capa), além de vários padrões evolutivos de desempenho e dispositivos de máquinas de anestesia (proteção da proporção de gás fresco, exclusão do vaporizador etc.) para intensificar a segurança. No início do periódico, a APSF discorria bastante sobre o forte incentivo ao uso universal da oximetria de pulso no intraoperatório e, em seguida, da capnografia.
Outro efeito positivo da publicação do Boletim foi sua importância na promoção dos esforços de arrecadação de recursos da instituição. Cópias foram enviadas para os diretores corporativos de todas as empresas que conseguimos identificar como fornecedoras de produtos para a prática anestésica. Esses esforços surtiram efeitos positivos até o fim da década de 1980. Uma das empresas realmente ajudou o Boletim. A Hewlett-Packard, Inc. doou tecnologias avançadas que eram novidades naquele período: um computador, uma impressora a laser com vários cartuchos de fonte, um scanner e, de maior importância, um programa de processamento de palavras moderníssimo naquela época. Para os padrões de 2020, toda essa tecnologia já é arcaica. Mas, naquela época, era revolucionária. Embora por algum tempo os artigos fossem submetidos em papel e precisassem ser digitados, a edição era muito mais eficiente. Com o tempo, a tecnologia se disseminou, e os artigos passaram a ser submetidos em disquetes pelo correio dos EUA. As provas tipográficas eram impressas e cortadas com tesouras e montadas como um quebra-cabeça para compor as páginas de cada edição em um modelo. No fim da década de 1990, a Puritan-Bennett foi comprada (pela terceira vez) e não pôde mais imprimir o Boletim. Felizmente, outro apoiador corporativo da APSF, o Sr. Bob Black, presidente da AstraZeneca, PLC., assumiu essa responsabilidade. A produção do Boletim, que era de mais de 60.000 cópias, foi transferida para Wilmington, Delaware, onde os responsáveis pela produção eram mantidos como forma de doação à APSF por vários anos. Vários desses profissionais talentosos e dedicados continuam produzindo o Boletim até hoje.
Principais temas
Em meus 16 anos como editor, o Boletim da APSF trimestral relatou a história do grande aprimoramento da segurança do paciente em anestesia, hoje amplamente conhecida, e contou com uma enorme variedade de recursos, relatórios, artigos de opinião, questões controversas e notícias.
As preocupações com a similaridade de rótulos de medicamentos e com os erros de medicação apareceram pela primeira vez no Boletim em 1987, e são tópicos abordados até hoje. O Closed Claims Project (Projeto de Processos Julgados) da ASA foi abordado conforme novas questões de segurança eram identificadas. O protocolo e o checklist de equipamentos da FDA foram primeiramente apresentados à comunidade anestésica pelo Boletim. Sempre publicamos diversas apresentações, exposições e demonstrações de tecnologia sobre segurança que apareceram em variados eventos pelo mundo. Também apareceram com frequência debates sobre as consequências que a fadiga, as horas de trabalho, o envelhecimento e o comprometimento da capacidade dos profissionais geram para a segurança do paciente, bem como discussões sobre equipamentos obsoletos e reutilização de materiais descartáveis. A anestesia fora do centro cirúrgico e em consultório surgiu nessa época, e as consequências específicas à segurança do paciente foram apresentadas e debatidas com detalhes.
O Boletim introduziu muitos conceitos fundamentais sobre a segurança do paciente em anestesia e suas consequências para a prática clínica, incluindo fatores humanos na prática anestésica, alarmes inteligentes dos sistemas de aplicação e monitorização de anestesia, pressão por produção na prática clínica (desde 1992 e, é claro, até hoje, como praticamente todos os outros tópicos), gerenciamento de crises na sala de cirurgia, disfunção cognitiva pós-operatória do paciente, o perigo da apneia do sono obstrutiva, cirurgia em local errado, overdose de opioide causada pelas bombas de PCA e até mesmo as previsões para o fim do mundo no bug do milênio na virada para o ano 2000.
Muitas notícias divulgadas pelo Boletim alertaram a comunidade anestésica sobre novos perigos, por exemplo, produção de monóxido de carbono por absorventes de dióxido de carbono em determinadas situações, risco da administração de succinilcolina em crianças, parada cardíaca causada pelo bloqueio simpático devido a anestesia espinal, complicações neurológicas devido à administração intratecal de 5% de lidocaína, toxicidade da lidocaína de lipossucção tumescente, sulfitos em propofol genérico que podem causar anafilaxia e contaminação bacteriana de ampolas de vidro abertas contendo propofol. Outros temas importantes incluíram um recall do sevoflurano devido à contaminação, cegueira pós-anestésica por neuropatia ótica isquêmica, vários problemas com equipamentos e materiais (tal como erros na tubulação de gás que podem causar óbitos na sala de cirurgia) e discussões sobre fatores humanos específicos, como leitura na sala de cirurgia (e, atualmente, distração causada pelo uso do celular e da internet).
No final de 2001, tive o privilégio de passar o cargo de editor para um louvável sucessor. Robert Morell, MD, dedicou muitas horas me ajudando com o Conselho Editorial e com a produção enquanto aprendia o ofício. Ele desempenhou suas funções com excelência, garantindo energia e inovação que, durante sua gestão, me deixaram muito orgulhoso, tanto dele quanto do Boletim da APSF.
Robert C. Morell, MD:
Editor de 2002 a 2009 (e Coeditor com Lorri A. Lee, MD, de 2009 a 2016)
A primeira vez que me envolvi com a APSF e o Boletim foi em 1993, quando Rick Siker, MD, me apresentou a John Eichhorn, MD. Foi ele quem me incentivou a participar e escrever sobre uma reunião do Anesthetic and Life Support Advisory Committee (Comitê Consultivo de Anestesia e Suporte à Vida) da FDA acerca da segurança do uso de succinilcolina em crianças e adolescentes. John Eichhorn foi um mentor para mim nesse primeiro trabalho que escrevi sobre segurança e que foi publicado como uma coluna de prós e contras no Boletim da APSF (https://www.apsf.org/article/in-my-opinion-a-debate-is-succinylcholine-safe-for-children/). Ele continuou a atuar como meu mentor por muitos anos, incentivando meu envolvimento no Boletim e me indicando para o Conselho Editorial. Por fim, acabei me tornando o editor associado e fui o sucessor de John Eichhorn como editor-chefe em 2001.
Naquela época, a circulação do Boletim da APSF contava com 36.825 impressões em preto, branco e verde. Quando deixei o cargo de editor em 2016, a circulação havia chegado a 122.000, impressos em cores, com trechos traduzidos para o chinês por meio dos esforços de Nikolaus Gravenstein, MD, e seus colegas chineses.
Quando reflito sobre as mudanças, o progresso e o impacto do Boletim ao longo desses 15 anos, constato com clareza que esses êxitos foram possíveis devido aos incríveis esforços de várias pessoas maravilhosas e talentosas. Michael Olympio, MD, foi o cofundador da coluna Dear SIRS (Safety Information Response System, ou Sistema de Resposta de Informações de Segurança), hoje conhecida como Resposta rápida (consulte a página 99 para obter mais informações). Ele foi um líder muito competente do Comitê de Tecnologia da APSF, contribuindo com artigos importantes que abrangeram desde desdobramentos de segurança da tecnologia das máquinas de anestesia até uma análise completa dos tipos de absorventes de dióxido de carbono e os desdobramentos de segurança de cada um.
Para mim, dentre as edições inesquecíveis do Boletim estão uma edição especial sobre terrorismo nuclear, biológico e químico e uma edição (novamente oportuna e importante) sobre a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, Severe Acute Respiratory Syndrome), que abordaram a segurança do paciente e do médico. Dentre as principais contribuições para a segurança do paciente estão as profundas discussões sobre a perda visual pós-operatória e a neuropatia ótica isquêmica, além dos riscos da hipoperfusão cerebral relacionados a cirurgias realizadas com o paciente sentado ou na posição de cadeira de praia. O valor educativo dos artigos e relatórios e o vídeo da APSF sobre a segurança contra incêndios intraoperatórios foram importantes e muito apreciados pelos leitores.
O Boletim não teria prosperado se não fossem as contribuições de John Eichhorn, MD, e dos membros do Conselho Editorial, como Jeffery Vender, MD, Glenn Murphy, MD, Jan Ehrenwerth, MD, Joan Christie, MD, e Wilson Somerville, PhD. Além disso, Sorin Brull, MD, leu cuidadosamente todas as palavras de cada rascunho antes da publicação e trouxe conteúdos frequentes e importantes sobre questões de monitorização do bloqueio neuromuscular, bem como relatórios anuais abrangentes de todos que receberam subsídios. Richard Prielipp, MD, ex-presidente do Comitê de Educação da APSF, sempre foi um exemplo a ser seguido. Foi ele quem inspirou e mediou o relacionamento inicial e contínuo entre o Boletim da APSF e o periódico Anesthesia and Analgesia (A&A). Uma reunião realizada há muito tempo em Chicago, da qual participaram Richard, eu e Steve Shafer, MD, à época editor do periódico A&A, estabeleceu a base para uma colaboração extremamente importante entre a APSF e a A&A, cultivada há muitos anos por Sorin Bull e, atualmente, Richard Prielipp.
Lorri Lee, MD, especialista mundialmente conhecida em neuroanestesia e perda visual pós-operatória, foi integrante do Conselho Editorial, tornou-se editora associada e logo passou a ocupar o cargo de coeditora. Lorri Lee, ao lado de Bob Caplan, MD, e Karen Posner, MD, também forneceu continuamente orientações e conteúdos a partir de sua experiência com o banco de dados do Closed Claims Project da ASA.
Steven Greenberg, MD, com sua grande experiência em medicina intensiva, anestesia cardíaca e bloqueio neuromuscular, contribuiu com vários artigos importantes e conferiu uma incrível credibilidade acadêmica e inspiração. Steve começou como integrante do Conselho Editorial, depois tornou-se assistente, editor associado e, por fim, editor-chefe quando me aposentei. Recentemente, ele tornou o Boletim ainda mais influente e promoveu sua publicação verdadeiramente internacional.
Em mais de 23 anos envolvido com a APSF, tive o prazer de participar de muitas iniciativas importantes que melhoraram muito a segurança do paciente. O Boletim sempre foi e continua sendo o cartão de visitas da APSF, além de ser um meio de divulgação de informações importantes e muitas vezes cruciais. Atualmente, sob a liderança de Steven Greenberg, funciona como uma ferramenta de educação internacional. O Boletim é a publicação sobre anestesia com a maior circulação do mundo. Isso não seria possível sem o apoio e a orientação do ex-presidente Bob Stoelting, MD, do Comitê Executivo, do Conselho de Diretores e, mais importante, do Conselho Editorial. Em memória de Rick Siker, MD, Jeep Pierce, MD, e J.S. Gravenstein, MD, que foram importantíssimos para a área de segurança do paciente, e eu tenho muita sorte por tê-los conhecido e ter me inspirado neles. Serei eternamente grato a todos que contribuíram com seus esforços e sua experiência e pela oportunidade de ter contribuído para o Boletim da APSF e a segurança do paciente.
Steven B. Greenberg, MD: (Coeditor com Lorri A. Lee, MD, 2017)
Editor-Chefe de 2018 a atualmente
A mentoria é uma relação na qual uma pessoa com mais experiência ou conhecimento orienta uma pessoa com menos experiência ou conhecimento em determinada área. Ela é essencial para iniciar e perpetuar os esforços de segurança do paciente. Tive a sorte de seguir os passos de grandes profissionais. Desde quando um dos meus mentores, Jeffery Vender, MD, me levou para a minha primeira reunião do Conselho Editorial da APSF em 2007, pude perceber que aquela sala estava repleta de gigantes na área de segurança do paciente em anestesia. Meus precursores, John Eichhorn, Robert Morell e Lorri Lee, avançaram nos momentos certos em relação ao cuidado perioperatório seguro para o paciente.
As iniciativas de segurança do paciente permeiam o Boletim da APSF
A mentoria de John Eichhorn, Robert Morell e Lorri Lee guiaram meus esforços para continuar desenvolvendo o bem-sucedido Boletim da APSF. Sob a orientação deles e com o meu desejo de dar continuidade às grandes tradições do aspecto educacional do Boletim, intensificamos nossos esforços educacionais para abordar as 12 iniciativas de segurança do paciente da APSF elegidas por nosso Conselho de Diretores multidisciplinar e multiprofissional. São elas: 1) Prevenção, detecção e redução da deterioração clínica no período perioperatório; 2) Segurança nas salas não cirúrgicas;3) Cultura de segurança;4) Segurança dos medicamentos; 5) Delírio, disfunção cognitiva e saúde cerebral no perioperatório;6) Infecções hospitalares e contaminação e transmissão microbianas no ambiente; 7) Problemas de comunicação com o paciente, transferências e transições de cuidados;8) Dificuldades, habilidades e equipamentos para manejo de vias aéreas;9) Monitorização e protocolos econômicos e eficientes com impacto positivo na segurança;10) Integração de segurança à implantação do processo e ao aprimoramento contínuo;11) Burnout;e 12) Distrações nas áreas de procedimentos. Além disso, destacamos outros assuntos importantes, como manejo seguro dos pacientes com COVID-19, toxicidade sistêmica anestésica local, fadiga de alarme e distúrbio ventilatório induzido por opioides.
Expansão editorial diversificada
Vários editores excelentes e talentosos contribuíram para o Boletim da APSF, como Edward Bittner, MD, PhD, do Massachusetts General Hospital, Jennifer Banayan, MD, do Northwestern Memorial Hospital e Meghan Lane-Fall, MD, da Perelman School of Medicine, University of Pennsylvania. Esses editores trazem vasto conhecimento e experiência, os quais continuam fazendo com que o Boletim da APSF eduque nossos leitores sobre uma grande variedade de questões de segurança no perioperatório. Além disso, nosso Conselho Editorial também foi ampliado e agora inclui todas as especialidades da área de anestesia, contando com uma presença multiprofissional. O Boletim da APSF, em seu formato atual, não seria o que é hoje sem a criatividade incrível e a dedicação contínua de Bonnie Burkert e Jay Mahanna da MEBU Design & Marketing ou o trabalho de Celeste Pates, nossa gerente de projetos.
Ampliação do escopo por meio das comunicações
Como parte do investimento em comunicações, a APSF contratou Mike Edens e Katie Megan da EdensWorks, Inc., que fizeram um trabalho extraordinário com a expansão do site e do nosso alcance global. A liderança e o trabalho incansável de Arney Abcejo, MD, diretor do site da APSF, e de Marjorie Stiegler, MD, diretora das redes sociais da APSF, possibilitaram que o Boletim da APSF ocupasse diversos espaços diferentes no complexo mundo digital de hoje. A EdensWorks, Inc. forneceu ao Boletim da APSF uma análise dos dados de acesso a cada artigo que publicamos, tanto dos visitantes exclusivos nacionais quanto dos internacionais. Com esses dados analíticos, agora podemos selecionar assuntos mais direcionados aos leitores, com informações relevantes sobre a segurança do paciente.
Boletim da APSF: Uma ferramenta internacional de educação sobre segurança
Na missão original de 1985, um dos três princípios que a APSF queria promover era a “troca nacional e internacional de informações e ideias” (Boletim da APSF. 2010;25:21). Em todo os países os cuidados anestésicos devem ser seguros, por isso trabalhamos para estabelecer um programa de tradução internacional para o Boletim. Um artigo de 2016 sobre a cultura da anestesia no Japão, escrito por Katsuyuki Miyasaka, MD, despertou o início de relacionamentos com Hiroki Iida, MD, PhD, Tomohiro Sawa, MD, PhD, e muitos outros profissionais, levando à criação da primeira versão do Boletim da APSF traduzida para o japonês em 2017. Essa edição histórica motivou o relacionamento com muitos outros profissionais de segurança internacionais, resultando no desenvolvimento e na tradução do Boletim da APSF para o chinês, espanhol, francês e português. Nossa família internacional de revisores forneceu comentários perspicazes sobre sua relação com a APSF (consulte a página 77). Com o envolvimento constante dos nossos revisores internacionais, nosso grupo de editores criou um conselho editorial internacional com mais de dez membros ativos, que continua crescendo.
A adição do nosso programa internacional aumentou nossa presença global e possibilitou uma expansão ainda maior do conhecimento sobre segurança para profissionais de anestesia no mundo todo. Desde sua criação em 2017, o número de visitantes exclusivos que acessaram o boletim internacional no site aumentou 3.000%, chegando a aproximadamente 370.000 visitantes. Além disso, devido aos nossos esforços para informar nossos leitores sobre as práticas mais atualizadas durante a pandemia de COVID-19, o número de visitantes exclusivos do Boletim aumentou 120%, chegando a 676.402 visitantes. Planejamos traduzir o Boletim para outros idiomas e continuaremos trabalhando para disseminar o conhecimento e as práticas de segurança atuais aos profissionais de anestesia em todo o mundo, a fim de ajudar a manter todos os pacientes em segurança.
O futuro da segurança do paciente nos cuidados anestésicos é promissor. Esperamos unir educação, pesquisas, iniciativas e alcance para promover ainda mais nossa visão de que “Nenhum paciente deve ser prejudicado devido a cuidados anestésicos”. Continuaremos consolidando a reputação da APSF como um centro internacional de informações sobre a segurança do paciente em anestesia.
John Eichhorn, MD, foi o Editor-Fundador e publicador no Boletim da APSF. Ele mora em San Jose, Califórnia e é professor aposentado de Anestesiologia e integrante do Conselho Editorial da APSF.
Robert Morell, MD, é ex-Editor-Chefe do Boletim da APSF. Ele é um anestesiologista particular em Niceville, Flórida.
Steven Greenberg, MD, é o atual Editor-Chefe do Boletim da APSF. Ele é Vice-Diretor em Educação no Departamento de Anestesiologia, Medicina Intensiva e Medicina da Dor na NorthShore University HealthSystem e Professor Clínico no Departamento de Anestesia e Medicina Intensiva na University of Chicago.
As autoras não apresentam conflitos de interesse.